Mercado pede desconto e ação do Marfrig sai a R$ 8
Na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa registrou a venda de 131,250 milhões de ações o que embute a colocação dos lotes adicional e suplementar, o que pode acontecer em até um mês. Nesse caso, a operação somará R$ 1,050 bilhão.
Ontem, chegaram a circular rumores no mercado de que a companhia poderia desistir da operação porque a demanda havia sido fraca. Nos dois últimos dias, as ações da Marfrig acumularam baixa de 21,98% e ontem valiam na bolsa R$ 9,05.
Desde o começo, o mercado esperava que a operação da Marfrig tivesse mais dificuldades para ser confirmada que outras ofertas de empresas já listadas em bolsa. A companhia de alimentos está captando recursos para melhorar a sua estrutura de capital.
A Marfrig encarou o forte desconto justamente porque precisava da oferta para melhorar sua capacidade financeira. Segundo informou no prospecto, a empresa pretende destinar 70% dos recursos captados na bolsa ao abatimento de dívidas de curto prazo. O restante será usado para equilibrar a estrutura de capital do grupo.
No fim do terceiro trimestre deste ano, a Marfrig tinha dívida líquida de R$ 9,3 bilhões. Um quarto de seus compromissos financeiros vence no curto prazo.
Na semana passada, o frigorífico Minerva captou R$ 557 milhões em oferta primária e secundária. As ações saíram a R$ 11, com desconto menor que o imposto pelo mercado à concorrente. Apesar disso, os papéis da empresa caíram após a colocação.
Os principais acionistas da Marfrig, incluindo a BNDESPar – braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – concordaram em não vender suas ações por um período de 90 dias após a oferta.
Na operação, a BNDESPar também se comprometeu a limitar a um terço do valor captado na oferta o exercício do direito de converter debêntures da Marfrig em ações. A decisão de não converter a totalidade dos títulos está sendo analisada pela Controladoria-Geral da União (CGU). O banco é um dos maiores acionistas da empresa.